“O bem-aventurado Francisco, tendo assim concluído a obra da igreja de São Damião, vestia um hábito de eremita, levava na mão um cajado, tinha os pés calçados e cingia uma correia.
Certo dia, porém, durante a celebração da santa missa, ouvindo o que Cristo recomendava aos discípulos enviados a pregar: que não levassem no caminho nem ouro nem prata, nem sacola nem alforje, nem pão nem cajado, e não usassem nem calçados nem duas túnicas, e entendendo isso melhor, depois da explicação do sacerdote, repleto de indizível contentamento, disse: “É isto que eu quero cumprir com todas as minhas forças”. Retendo pois em sua memória tudo o que ouvira, tratou de cumprir alegremente aquelas palavras. Despojou-se logo do que tinha em dobro e, desde aquele momento, já não usava nem bordão, nem calçados, nem sacola ou alforje. Fez para si uma túnica bem desprezível e rústica, abandonou a correia e cingiu-se com uma corda.
Colocando também toda solicitude do coração nas palavras da nova graça, para poder pô-las em prática, começou, por instinto divino, a ser um anunciador da perfeição evangélica e a pregar a penitência em público com simplicidade. Suas palavras não eram vazias nem ridículas mas, cheias da força do Espírito Santo, penetravam tão profundamente a medula dos corações que deixavam muito admirados os ouvintes”.
(Legenda dos 3 companheiros, n. 25)
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